Mudamos o mundo todos os dias. A qualquer hora. Sem censura. Amarga ou doce. Com ou sem o primeiro gomo de tangerina.

Friday, July 29, 2005

They had a date with fate...

(explicação do post sobre o Louie. Porque escolho o Louie e não o famoso e estiloso Rick? Um pequeno post levantado pela simples saudação da Kitty num comentário deixado nesta chafarica)

Não sei porquê mas, cara Kitty, sempre fui mais uma rapariga que aprendeu (ou melhor, um dia alertaram-me para esta visão da realidade) a admirar o estilo Louie do que género "lonesome cowboy" do Rick, que no fundo só demonstra cobardia. É o estilo puto rebelde que desistiu sem uma causa e que, ao parecer sacrificar-se pelo bem da amada, o que na realidade acabou por fazer foi condenar duas pessoas à infelicidade... e acobardar-se perante a possibilidade de ter ele a sua própria felicidade (ou não. Nunca saberemos se, no fundo, a Ilsa até não queria era estar com o marido).

É a teoria de que a tristeza e a solidão é um lugar conhecido e «amigável». E a luta pela felicidade pode ser atemorizante... O Louie é de carne e osso: na sua esperteza em se manter à tona vai fazendo o bem por onde pode sem nunca deixar de pensar em si. Parece mais real. No fundo, no fundo, as boas intenções podem fazer muitos estragos... Não quer parecer algo que não é. Já viu a história toda, faz de confidente, e vai vivendo. Sem grandes aspirações, mas também sem grandes desilusões. Não tem o crivo de «famoso», «estiloso», «snob». Não veste bem, não tem charme. É o que é. E não deve nada a ninguém. Dá e recebe na mesma proporção. E não quer é que o chateiem. E não é o que todos queremos? Fazer de sacrificado e sofredor, mas com estilo está bem para as passagens de modelos do Armani...

E, claro, Paris está lá para nós. Mas não como um lugar saudosista, nem melancólico. Às vezes quando vejo o Rick começo a ouvir fado... Confesso que há uma frase que gosto particularmente «They had a date with fate in Casablanca!». Mas este fado é daqueles que poderia ter sido mudado. Fica bem o filme acabar assim. Não lhe daria outra conclusão. Não é isso. Ele é perfeito assim, como é. Agora, não é por isso que eu tenho de gostar da personagem do Rick. Acho que prefiro o gajo da sombra. Mais do que a «estrela da companhia». É mais isso.

AS LEIS DE MURPHY...nos homens

1 - Os homens simpáticos são feios.
2- Os homens bonitos não são simpáticos.
3 - Os homens bonitos e simpáticos são gays.
4 - Os homens bonitos e simpáticos e heterossexuais estão casados.
5 - Os homens que não são lá muito bonitos, mas são simpáticos, heterossexuais e que não estão casados, não têm dinheiro.
6 - Os homens que não são lá muito bonitos, mas são simpáticos, heterossexuais, não estão casados, mas têm dinheiro, pensam que andamos atrás deles pelo dinheiro.
7 - Os homens bonitos, simpáticos, heterossexuais mas sem dinheiro andam atrás do nosso dinheiro.
8 - Os homens bonitos que não são lá muito simpáticos mas são heterossexuais e não ligam ao dinheiro, acham que não somos suficientemente bonitas.
9 - Os homens bonitos, simpáticos, heterossexuais, não casados, com dinheiro e que acham que somos lindas, são cobardes.
10 -Os homens ligeiramente bonitos, algo simpáticos, não casados, com algum dinheiro e, graças a Deus heterossexuais, que nos acham lindas, são tímidos e Nunca Dão o Primeiro Passo.
11 -Os homens que nunca dão o primeiro passo, perdem logo o interesse quando as mulheres tomam a iniciativa.

Por Deus, será que não há homens perfeitos?
"Os homens são como um vinho bom. Começam como as uvas e é dever das mulheres pisa-los e mantê-los no escuro durante longos anos até se tornarem em algo que vale a pena apresentar ao jantar."

Wednesday, July 27, 2005

Trabalho de Inglês para o período de férias:

Três bruxas olham para três relógios swatch. Qual bruxa olha para qual relógio swatch?

E agora em inglês:

Three witches watch three Swatch watches. Which witch watch which Swatch watch?

Agora para especialistas:

Três bruxas suecas e transsexuais olham para os botões de três relogios swatch suíssos. Qual bruxa sueca transsexual olha para qual botão de qual relogio swatch suísso?

E em inglês:

Three Swedisch switched witches watch three Swiss Swatch watch switches. Which Swedisch switched witch watch which Swiss Swatch watch switch?

(exercício enviado por e-mail. Obrigada pelo trabalho de férias, Manela)

Saturday, July 23, 2005

Here's looking at you, Louie

Thursday, July 21, 2005

Não é vidência, nem inteligência, nem argúcia...

Eu escrevi isto ontem: PS: Espero que isto não dê ideias ao Sócrates e que o PM não comece a distribuir bordoada pelos ministros... Podia dizer que era vidência, fonte próxima, inteligência, argúcia... Mas não. Era só de esperar que, mais cedo ou mais tarde, alguém fosse fora. Porque sim, porque é sempre assim.

PS: cansaço? Campos e Cunha alega «cansaço»? Eu acredito que o desgaste de ser ministro das Finanças deve ser incrível, mas também sei que oficialmente as razões ficam-se sempre pelo «motivos pessoais», «familiares», e nunca por fadiga... É que ainda por cima dá azo a gracinhas: Campos e Cunha fica cansado com 4 meses de trabalho. O que não é de espantar ou não fosse este ministro o homem que com apenas 5 anos de trabalho aufere uma reforma por inteiro...

Wednesday, July 20, 2005

Never say never....*

Hoje sobre a entrevista do Freitas ao DN ouvi um comentário da CR que é uma delícia: «Esta entrevista do MNE é só uma forma de dizer "Alive and kicking"... não é?»

* tradução do título do Diário de Notícias: «Nunca digo nunca».

«Errar é humano. Colocar a culpa em alguém é estratégico»

Aliás, colocar a culpa nos outros é um clássico do cinema mudo... Ou melhor, infelizmente do sonoro Mais: passar a vida a criticar tudo e um par de botas é típico de um portuguesinho mesquinho que vive preso ao fado, à melancolia, à frustração. Saudade dos portugueses de quinhentos. Ou dos tempos em que as coisas eram resolvidas à sacholada.

PS: Espero que isto não dê ideias ao Sócrates e que o PM não comece a distribuir bordoada pelos ministros...

Friday, July 15, 2005

«Quase tão viciante como a droga farmacêutica que lhe dá nome». Sim, falo de Morphine



Lembraram-me Morphine. (Agora apetece-me ouvir e não tenho nada comigo...)

PS: A Rolling Stone escreveu dos Morphine que «aquele rock baixo e grave é quase tão viciante como o produto farmacêutico que lhes dá nome». Já a Request dizia que Morphine são ideiais para ouvir à noite, ao fim da noite. Sobre o «Cure for Pain», a Exposed garantia que era um álbum "muito à frente".

PS: A Tangerina diz que adora Morphine. E que deve ser por tudo o que os senhores acima escreveram. Deve.

Wednesday, July 13, 2005

Ele existe

Esqueci-me de assinalar aqui - para mais tarde recordar - de um momento importante, estranho e misterioso... Arnaldo Matos existe. Existe mesmo, meninos e meninas da minha geração pós-abrileira, pós-militar, pós-murais, pós-PCTP/MRPP. A todos os que cresceram na adolescência vendo Cavaco Silva na televisão, fica aqui dito sem margem para dúvida: o grande educador da classe operária não é um mito.

Arnaldo Matos esteve na televisão. No Prós e Contra da RTP. Ao lado de António Barreto, Adriano Moreira e Adelino Gomes. Gosto sobretudo de ouvir os primeiros dois, António Barreto e Adriano Moreira, entenda-se. E gosto de Adelino Gomes, por motivos diferentes.

Ouço-os e leio-os com frequência. O pódio vai para Adriano Moreira, que como disse há uns anos neste mesmo blogue e numa tira de «O Primeiro de Janeiro», deveria ser candidato à Presidência da República, para eu ter em quem votar, sem hesitar caso inédito na minha ainda curta vida de eleitor.

Mas o momento estranho, misterioso e importante para mim e para a minha curta existência, alheia aos tempos em que o grande educador da classe operária andava nas bocas do mundo é o aparecimento de Arnaldo Matos na televisão. Eu nunca tinha visto Arnaldo Matos a não ser em gravação. Fitas pardas ou a preto e branco, daquelas em que os homens vestiam sapatos de tacão e ir de chaimite ao café não era um caso clínico.

Cheguei a duvidar da sua existência, não fosse a existência de Saldanha Sanches e as histórias dos tempos do PCTP/MRPP. Momento delicioso de guerrilha interna, urbana, radical, ardilosa, anedótica... Depois, o grande educador desapareceu.

Não estava à espera de nada de especial vinda dali. A sério, não estava à espera de rigorosamente nada, a não ser de disparates próprios daqueles que vivem em tempos desfasados. Aliás, Arnaldo Matos comporta-se como naqueles tempos: mal-educado, boçal, a roçar a bestialidade, sem um pingo de lucidez. Só lhe falta a espingarda de plástico. Nos jantares do PCTP/MRPP ele ainda a usa? (Who cares). Arnaldo Matos faltou ao respeito a Adriano Moreira, a ponto de este senhor ter perdido a calma e a sensatez que o caracteriza, dizendo ao educador-mal-educado que «se perdesse essa fixação era capaz de dizer coisas razoáveis». «Essa fixação» estava ligada a ideias idiotas sobre «bufos» e afins. Saldanha Sanches tinha razão, mas eu disso nunca duvidei. Duvidar de Saldanha Sanches seria um acto de pura estupidez. Certo, é que isso agora não interessa. Ele existe.Arnaldo Matos existe. E a sua existência criou um momento novo na minha curta vivência da história política recente portuguesa. E caiu mais um mito. Ele existe. Weird.

Nota: sobre os imigrantes ilegais e a conversa que decorria por aí no Prós e Contras da RTP, só uma pequena adenda. O Estado português foi o grande responsável pela existência de uma massa de trabalhadores ilegais que estavam dispostos a carregar pedra e fazer cimento a troco de um baixo salário. Quando Cavaco Silva iniciou, à custa das verbas europeias, a construção de grandes obras em Portugal não esteve disposto a pagar o preço justo. Quis mais estradas, mais barragens e pontes, por menos dinheiro. E à custa de uma instabilidade social gravíssima, que se acumula de dia para dia. Foi oportunismo, foi estupidez. Cavaco trouxe ao engano milhares de trabalhadores ilegais, agora radicados no país, pais de filhos desenraizados, afastados da comunidade, vivendo em bairros problemáticos. Esses trabalhadores findas as obras e o dinheiro vindo de fora ficaram sem emprego. Ficou criado um caldo de cultura grave. O suficiente para dar merda. E, sim, a culpa foi de Cavaco Silva.

Tuesday, July 12, 2005

Casino, casino, amor, intriga e mistério

Ontem apanhei o Casino Royal na RTP Memória. Era o último episódio e passava das quatro da manhã quando acabou. As poucas horas de sono valeram a pena. Mas pena mesmo é que eles não repitam os trabalhos do Herman - quando o Herman tinha piada - a horas decentes.

Piadas como
- Quero pedir a mão da sua filha em casamento. (Vítor de Sousa no papel de Trafaria)
- Só a mão? Não quer levar tudo? (Herman como Royal)
- Ó Deus, vou ter uma filha maneta!! (Ana Bola como Celeste)
- Também podias levar outro órgão qualquer. Um que não me faça falta, como um órgão com pedais que a minha tia ofereceu no Natal passado... (Rita Blanco como... não me lembro)
- Combinado.
(Trafaria)

ou

- Não podemos casar no próximo episódio?
- Pá, a direcção de programas da RTP não nos deixa fazer nem mais um...


Deixam saudades. Eram imaginadas e interpretadas por um Herman genial, uma Ana Bola elegante, um Vítor de Sousa enérgico, um José Pedro Gomes que mora no esgoto e se chama Cachucho e está casado com a Natacha - interpretado pela São José Lapa que, com sotaque russo, gritava «tu não me digas isso mais de dez mil vezes», o que obrigava a que cena mudasse para outras histórias paralelas passadas no Casino, até que de novo ao esgoto o Cachuco ainda repetia pela 1254 vez «vai para casa da mamã, vai para casa da mamã» - e um elenco que fazia as delícias da década de 90... Saudades desses tempos de televisão.

Monday, July 11, 2005

A causa

Miguel Monjardino disse ao PortugalDiário que no rol de «vítimas» do atentado na capital inglesa está, em primeiro lugar, a comunidade islâmica residente no Reino Unido. «É um dia trágico para os islâmicos que vivem em Inglaterra. Passará a existir, necessariamente, um clima de suspeição, que tornará a vida deste povo mais difícil.»

A acreditar no que diz Blair a autoria é de extremistas islamitas, os mesmos que mataram em Madrid e Nova Iorque, e que agora vão lançar a suspeita sobre uma comunidade que vive no Reino Unido. Porquê? Porque é preciso incomodar essa comunidade islâmica, fazê-la rebelar-se, puni-la por terem escolhido «another way of life», atrai-la, quiça, para a causa. Essa filha da puta.

Thursday, July 07, 2005

Atentados em Londres





(imagem retirada de um blogue inglês. O «The Shape of Days» diz que hoje somos todos ingleses)

Johnny Guitar




PS: é só isto. recordaram-me este filme. e eu recordei-me