Um amor diferente. Porque quem ama não desiste
É uma história diferente. Diferente de «Amelie». Diferente de um filme de guerra. Diferente de um história de amor.
«Um Longo Domingo de Noivado» passa diante dos nossos olhos, entre trincheiras da I Guerra Mundial e a história de Mathilde. Que ama. E quem ama não desiste.
Audrey Tautou é Mathilde, uma jovem que procura de forma obstinada por Manech, o seu noivo desaparecido.Manech (Gaspard Ulliel) que só pode estar morto. Mathilde é informada que Manech morreu no campo de batalha. Mas a menina coxa recusa-se a acreditar. Se ele tivesse morrido, «eu teria sentido». Manech era um soldado que, como outros foram submetidos ao tribunal marcial, e que não foram fuzilados, mas antes deixados fora das trincheiras entre solo francês e alemão.
Mathilde propõe-se a seguir todas as pistas, a recorrer a um dectetive privado (Mrs Pirre, ou seja, o senhor Pior. E pior que o «Fuinha» não há), a calcorrear locais, a escrever cartas e pôr anúncios nos jornais. A pequena Mathilde é obstinada. Esperançada. Jovem.
O realizador de «Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain», Jeunet, faz uma produção em grande. Só se pode filmar a I Guerra Mundial com um orçamento à medida dos de Hollywood e Jeunet não hesita. Mas entre a produção, as explosões, o cenário de guerra dantesco, o realizador deixa espaço para o cómico, o burlesco, o estranho, o fora do vulgar, o inesperado.
Frases, momentos, imagens, fotografias, cores em tom de sépia quando o sol bate na casa de Mathilde, o cinza da lama quando a câmara filma das trincheiras. Como em «Amélie» há histórias dentro de histórias. Pormenores agarrados a pormenores, num fio de Ariane no qual não se vislumbra o fim. São detalhes, são fragmentos, são «espirros» que aliviam os corações dos espectadores. Que fazem colorir momentos dolorosos.
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