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Wednesday, June 01, 2005

O colapso financeiro do país. No precipício da falência.

Medina Carreira pensa que o país está à beira do precipício. Na Sic Notícias, recebemos uma lição de economia, de contas de somar e subtrair, de realidade.
A Sic teve este exclusivo na mão, mas não o aproveitou convenientemente. Foi a notícia da semana. Foi a explicação que todos procuravam com a frontalidade com que Medina Carreira nos habituou. Haja alguém que saiba a verdade e não tenha medo de a dizer, com a liberdade própria de quem não vive da política. Uma demonstração de lucidez. Própria também de quem sabem fazer contas. Medina Carreira, ex-ministro de Mário Soares, quase afirmou que os economistas e os políticos não sabem fazer contas e por isso dizem disparates. Para a próxima será ainda mais caústico. Afinal, é a vantagem de ser «amador», como o próprio se caracteriza.

Obrigada ao Prova dos Nove por me ter levado até ao texto que a Sic publicou no seu site com partes importantes do raciocínio lógico de Medina Carreira. Tendo em conta as horas a que o programa passa - hora do almoço de um dia de semana - com repetições aleatórias, é bom saber que há mais quem tenha visto e ouvido com atenção uma das personagens mais honestas deste pequenino país.

Medina Carreira concorda com as medidas anunciadas pelo Governo, mas avisa que não vão resolver nada. Mais: a situação actual pode levar o Estado a abrir falência em poucos anos.

Concorda com:
- aumento do IVA. É o imposto que mais rentável e rápido, o mais eficaz a levar dinheiro para os cofres do Estado.
- divulgação publicamente das declarações de IRS de todos os contribuintes e que se combata a fraude e evasão com o levantamento do sigilo bancário.
- acabar com as subvenções vitalícias dos deputados é uma questão de moralidade.

As medidas anunciadas pelo Governo para combater o défice até merecem a nota positiva de Medina Carreira... mas tem que ser feito mais. Sobretudo do lado da despesa, que tem que ser travada. Se assim não for, o país entra em colapso financeiro dentro de 10 anos, avisa o ex-ministro das Finanças, que quer ouvir outras, sobretudo no que toca às despesas sociais. Segundo o economista, só nos últimos 4 anos os gastos do Estado com protecção social cresceram a um ritmo de 150 milhões de euros por mês. Por isso, defende uma diminuição nas reformas mais altas e admite que sejam dispensados funcionários públicos.

Aconselha ainda que seja criado um fundo para a reestruturação da máquina do Estado. O défice concluiu o ex-ministro - é só um dos sintomas da doença das contas públicas. Por isso, o governo tem de ir mais longe e tomar medidas estruturais de redução da despesa. E deixou um louvor a Manuela Ferreira Leite, pela forma visionária com que tratou as finanças. Pela forma dura com que enfrentou os parceiros sociais.

Neste link é possível ler tudo. Bem hajam.

1 Comments:

Blogger J. said...

Não questiono, por total incompetência técnico-académico-política, a competência de Medina Carreira. Neste caso, incomoda-me o facto de MC se dignar dar umas aulas quando lhe convém. MC aparenta viver em Io que, como se sabe, é uma das luas de Marte. Acho eu. Quanto ao resto, há, por cá, outros economistas quiçá mais esclarecidos e competentes que não se dignam planar acima do povo e do pais que lhe paga o vencimento. Não incluo aqui António Borges por ser seu amigo de infância.
Aparece cá em casa...

4:00 AM

 

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