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Friday, June 03, 2005

Saudades de uma guitarrada honesta



Neste site eles dizem que soam a sucesso. Discordo. Soam a algo que vai durar pouco.
Por três vezes fiz a A1 em direcção a Lisboa para assistir a todos os projectos de Billy Corgan. Primeiro os Smashing, depois os Zwan e agora este trabalho a solo.
Tenho os álbuns, conheço as músicas das anteriores bandas. Este ainda não chegou cá. Billy sabe, no entanto, que mesmo assim é possível, em Portugal, que o seu grupo de fãs o siga. Por onde ele for, por onde ele quiser experimentar, por onde lhe apetecer delirar.

Assisti a Smashing no Porto, em Lisboa. Assisti a Zwan a Lisboa. São viagens de 600 km direitas à sala de espectáculos com regresso na madrugada. Para este, na Aula Magna, na quarta-feira foi o mesmo.

Pela primeira vez, vim com um sabor a «nada». Sei que ficaria tristíssima se não fosse. Precisava de ir. Ouvir e voltar. E não gostei. Não irá durar, estou certa. É uma fase demasiado electrónica para o meu gosto. Pelos vistos, não só para o meu. Obrigada, Sofia.

Antes de Billy Corgan, tocaram os Gliss. Quem? Pois, não sei. Mas estiveram para lá a tocar quase durante uma hora: invariavelmente o mesmo som e o mesmo ar de urbano-depressivos. Uma proposta para os organizadores de concertos deste calibre, quase intimista - primeiras partes, bandas de aquecimento são dispensáveis. E aquela coisa da «dança das cadeiras», em que todos tocavam tudo - os músicos saltaram do baixo para a guitarra e depois bateria e depois troca tudo outra vez - não tem grande graça. Pode ser diferente, mas nem tudo o que é diferente tem graça... E aquela voz? Se calhar teria sido bom o vocalista ter deixado o seu colega cantar. Tão mau não seria pelo menos.

Esquecendo essa parte, e depois de arranja palco dali, arranca cabos dacolá, chegou «The Future Embrace». Billy Corgan entra sob um ecrã que tinha ar de ladrilhos de casa de banho lavadinhos com Cif Lixívia. The crowed goes wild. Porque é o Billy. E nós vamos lá por causa dele. «Familiar faces», disse ele. Pudera.

No dito ecrã surgiram cores, imagens, figuras geométricas, cavalos e a cara do Billy himself. Em cima do palco, instrumentos electrónicos desta nova vaga fazia parecer pequenos robots com pernas estranhas, que a qualquer momento poderiam levantar voo e entrar numa qualquer Guerra das Estrelas.

Ora, Billy agora toca electro. Uma má opção. Como diria o inspector de um livro policial português, «o que é grave, é muito grave». Bateria electrónica, sintetizadores, e a guitarra do ex-Smashing a sair com um som estranho. Eu percebo que ele queria experimentar, mudar, ser um artista pleno que não vive nem pretende viver a vida toda à sombra das suas criações. É justo. É um opção. Mas será que era preciso ser tão radical? Não poderia ele continuar com a música que tão bem sabia fazer? Não? Ok, vai lá, experimenta. Eu este não compro. Talvez o próximo: de novo num extremo qualquer a experimentar, como ele próprio diz «independente das modas, fazendo o disco que quer». É justo. Espero por novas desse lado. Enquanto isso, tenho sempre as antigas. Que não passam de moda.

5 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Olé!

Ficámos com as mesmas impressões Judite. Banhada, realmente não há que ter cerimónia com as palavras.

10:28 AM

 
Blogger l.s. said...

a minha opinião é tão e somente esta... se queriem q o billy soasse sempre aos SP mais vale ouvir britney spears porque essa pelo menos obedece ao mesmo registo.

à nova música do billy eu chamo evolução, agora depende de quem quiser evoluir com ele.

5:42 PM

 
Anonymous Anonymous said...

imaginem o billy corgan como um músico sem passado, que está a lançar o seu primeiro disco e a dar o seu primeiro concerto.
para primeiro concerto foi optimo e o disco é muito bom.
os smashing nunca tiveram um disco igual.
porque é que o billy haveria de mudar agora?

7:38 PM

 
Blogger Judite said...

Cara Lilystrange,
eu não quero aquela evolução. E adorava que ele soasse de novo aos SP. E não gosto da Britney. Mas gostos não se discutem. ;)

Caro também faço 600 km,
não consigo imaginar Billy Corgan sem passado. Era esquecer-me de momentos e sons que me marcaram. Para primeiro disco poderia ser bom. Se eu não soubesse do que ele é capaz.

7:35 PM

 
Anonymous Anonymous said...

Totalmente de acordo com a Lily. Evolução. Não são os SP, É o Billy. A solo. A fazer o que quer. Porque pode.

2:10 PM

 

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