Mudamos o mundo todos os dias. A qualquer hora. Sem censura. Amarga ou doce. Com ou sem o primeiro gomo de tangerina.

Tuesday, August 22, 2006

Grande momento de televisão



Eduardo Cintra Torres estava a ser entrevistado pelo Mário Crespo a respeito do processo judicial que a RTP moveu contra o crítico de televisão.

Eis senão quando, Luís Marinho, director da estação televisiva, pede para entrar em linha e conversar directamente com o entrevistado. Cintra Torres acede ao pedido de Crespo e segue-se um lavar de roupa suja, quase tão embaraçoso como o «Fiel ou Infiel». Sobretudo para os jornalistas. Marinho acusa Cintra de não ser jornalista, como o próprio tinha afirmado minutos antes. E mais: diz que ligou para a Comissão da Carteira profissional, e os senhores atestaram que Cintra não faz parte da lista (e da lista na internet, de facto, não faz).

Sempre num tom insultuoso, nomeando o crítico do Público, como «esse senhor», Cintra faz saber a Crespo que tem carteira e mostra a dita. Sóbrio, nunca abana o cartão frente às câmaras, como Marinho tinha pedido.

A coisa vai neste ponto, altura em que o jornalista da SIC tem de pedir moderação ao director de informação da RTP quando este insinua que Cintra não é jornalista coisa nenhuma.

«A carteira do Eduardo é tão válida como a minha e a tua». Marinho pede desculpa.

Mas não explicou como vai descalçar a bota em tribunal: é que Cintra sempre alegou ter escrito um artigo baseado em fontes. Ora, Marinho quer que Cintra diga que fontes são essas que provam que a RTP recebeu ordens do gabinete de Sócrates para moderar as notícias sobre incêndios.

Querem ver que vai ser um canal de televisão a exigir que um jornalista revele as suas fontes? Conhecem lá na RTP aquela história do sigilo?

Nota: Crespo ainda aproveitou para falar da máquina judicial que é a RTP, relembrando ao de leve que ele «sabe do que fala». Recordem-se que Mário Crespo foi despedido da estação pública. Sem apelo nem agravo, regressou dos EUA. Por mão de Diana Andringa. Ele não se esquece disso. Eu também não. (nem me esqueço do Crespo em directo na TSF dizendo impropérios à senhora que o despediu de forma sumária, após anos de colaboração com o canal de televisão. Esse foi outro grande momento de rádio).

9 Comments:

Blogger o sibilo da serpente said...

e este é um grande momento de ti. beijos, amiguinha.

6:14 AM

 
Blogger jpt said...

meu deus

10:46 AM

 
Blogger ZGarcia said...

A protecção da fonte é um endeusamento do crítico.
Escreve e a gente acredita.

11:15 AM

 
Anonymous Anonymous said...

E também foi grande o momento quando Luís Marinho lembrou os dois artigos sobre fogos do ano passado do comentador-jornalista

12:53 PM

 
Anonymous Anonymous said...

Luis Marinho não explicou nada do que tinha que explicar, apenas acusou Sintra e nunca falou realmente do que se passou no dia dos incendios...

2:40 PM

 
Anonymous Anonymous said...

Ou me engano muito, ou "isto" é o prenúncio da reforma das benesses que os jornalistas têm em relação ao comum dos contribuintes...que raio, ninguém se questiona das regalias que os jornalistas têm...por que será ??

3:38 PM

 
Blogger Judite said...

Beijos Carteiro. Para ti e para o júnior que está tão grande!!!

5:25 PM

 
Blogger AV said...

Mas quem é que, entre políticos, jornalistas e directores de programas ou informação, não tem rabos de palha e "jeitinhos" feitos a este(a) ou aquele(a)?

Sem plantadores de notícias ou vigilantes que arranquem as ervas daninhas o "sistema" não teria avançado até onde chegou!

3:40 PM

 
Blogger Rui Pedro said...

Lá perdi eu um bom momento televisivo. Gosto muito do telejornal de Mário Crespo - acho que é o único que não imbeciliza os espectadores. Mário Crespo ouve e questiona inteligentemente os seus convidados.

1:59 PM

 

Post a Comment

<< Home