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Wednesday, March 17, 2004

Os meus amigos de esquerda

«Os meus amigos de esquerda ficara contentes com a vitória de Zapatero». A frase não é minha. É da Daisy e é consensual. O que nem toda esquerda sabe, é que não está só nessa alegria socialista. Afinal, o regresso do PSOE faz lembrar outros tempos: tempos em que a economia espanhola acabou por ser esmagada pela vigência de Gonzales. Aznar, sobretudo no último mandato, transformou Espanha na maior potência da Europa ocidental. Índices económicos demonstram que Espanha renasceu das cinzas depois do PSOE ter tentado gerido a quinta. Sem sucesso, claro.

Aznar e o PP foram castigados pela inabilidade com que trataram o atentado: sobretudo a forma como quiseram influenciar a opinião da opinião pública... Mas o povo em democracia é por natureza ingrato. E não é de agora.

Certo é que no dia seguinte à vitória do tipo que não fuma, não bebo e só come para sobreviver, as tropas espanholas receberam a certeza de que até Junho voltam a solo pátrio. Zapatero assinou a rendição em letras gordas, cumprindo uma promessa de campanha que deixou de ser possível de cumprir a partir do dia 11 de Março.

Nem os terroristas pensaram que o efeito fosse tão grande. Agradecem, que eu sei, e descobriram agora a forma de influenciar eleições e pôr um povo de joelhos.

Os espanhóis aguentaram durante três dias mentiras e falsidade sobre o 11-M. Nem imaginam eles o que vão ter de aguentar a partir de agora... É que quando se deixa que o medo ganhe forma, volume, matéria, dificilmente algo existe além do medo. E se Zapatero não conseguir lidar com o medo, os espanhóis terão tendência a procurar quem consiga lidar com os terroristas e com o medo que eles infligem. Normalmente, a história assim o demonstra, rezemos para que assim não seja, há umas botas cardadas que se põem ao caminho.

Sabemos que as eleições foram dominadas pelo medo. E os terroristas, por isso mesmo, venceram nas urnas. O pior que pode acontecer a um povo é mostrar medo e pousar a pá... Medo perante aqueles que apenas tentam atingir a dignidade, a liberdade e a democracia. Venceram e alcançaram os objectivos desta vez. Esperemos para ver até onde... e até quando.

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