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Thursday, January 15, 2004

Miopia à Esquerda
Numa «Visão», o semanário publicou, além da habitual revista, duas separatas. Uma com a análise da vitória do Dragão, um especial sobre as façanhas do FC Porto – aconselhável mesmo para os que não gostam de futebol, e que faz as delícias dos que vibram com os triunfos azuis e brancos, com histórias de bastidores e opinião de dragões «encartados» – e outra que pretende analisar o período de 1993 a 2003, intitulada «Uma Década em Análise».

Os «analistas» convidados pela «Visão», para procederem ao estudo do decénio – que marca também o aniversário da revista –, foram os seguintes: Boaventura de Sousa Santos (vinculado com espectro político-partidário da esquerda); Eduardo Lourenço (idem); Helena Roseta (idem, idem); Maria de Lurdes Pintasilgo (ibidem); José Saramago (sem comentários) e por fim Diogo Freitas do Amaral... algures no caminho entre o CDS, que há muito abandonou, e da esquerda folclórica.

Ora, nas legislativas de 2002, 40,15 por cento dos votantes escolheram PSD, 8,75 riscaram CDS-PP e 37, 8 quiseram PS. Uma parte significativa dos votos socialistas (metade, perto dos 19 por cento?) pertencem à faixa social-democrata do partido do punho e da rosa... E assim, devo presumir que a revista considera que nenhum dos representantes de uma larga maioria do eleitorado – é olhar para as percentagens e fazer as contas... – tivesse um ponto de vista aceitável sobre o decurso do último decénio.

A «Visão» de «Uma Década em Análise» ficou claramente vesga com os textos publicados. Até porque, convém não esquecer que se o estudo aprofundado dessa década resultar no mesmo género de análise que estes opinistas propalaram acerca da guerra no Iraque, mais do que zarolha a «Visão» em análise ficou completamente cega.

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