Saramago, em artigo de opinião publicado no «El Pais», disse-se desiludido – atente-se na expressão – com Fidel Castro, depois do ditador ter mandado fuzilar sumariamente três compatriotas que tentaram fugir do «paraíso». Fidel, ao longo de 40 anos de regime opressor, assassinou milhares de opositores. O nobel só reparou nestes três? Saramago nunca tinha considerado as atrocidades que o seu velho amigo cometia? Nem na miséria em que vive o povo cubano há mais de quatro décadas? Condições de vida que, em tempo algum, poderiam ser explicáveis pelo embargo americano... É que convém não esquecer que Cuba é livre de negociar com toda a Europa e Ásia e durante décadas recebeu fundos provenientes da pátria-mãe do comunismo.
Desculpe, caro leitor, mas, por vezes, parece ser preciso lembrar o óbvio.
A impunidade e o atraso na censura e reprovação referido no ponto seguinte, têm raízes em dois conceitos do século XVII e XVIII muito queridos da geração que na Europa detém o poder: – A intrínseca bondade do homem (Rosseau; «Le Discurs sur les Sciences»), por um lado, e a inevitável marcha para a sociedade sem classes (Marx; «O Capital») por outro.
São livros importantes, que marcaram uma era, e conceitos a serem estudados do ponto de vista antropológico.
O problema, caro leitor, é que ambos estão errados!!
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