Mudamos o mundo todos os dias. A qualquer hora. Sem censura. Amarga ou doce. Com ou sem o primeiro gomo de tangerina.

Friday, January 16, 2004

O primo... benvindo

Obrigado pela recepção, Tanger. E voltarei sempre que tenha alguma coisa para dizer, o que, como sabes, não é frequente. Quanto à noite de ontem, foi um bocadinho longa e um bocadinho atípica. Apareceram algumas pessoas que já não via há algum tempo e foi engraçado. Isto de se ter os dias contados para sair à noite tem as suas vantagens. Mas desvantagens também: é que implica concentrar emoções num curto espaço de tempo. Sobretudo nos fins de semana em que sou pai a tempo inteiro.

Não apareceste ontem, o que se me afigura um bom sinal. Espero que não seja apenas um sinal. Mas isso não é para ser aqui discutido. E espero que o facto de não teres aparecido não signifique que estiveste a trabalhar para o blogue. Ou - quem sabe? - talvez até nem fosse pior que assim tivesse sido. Que mau, não sou?

Não, não é uma questão de maldade. Deve ser apenas uma atribulação dos tempos que correm. Ando preocupado com várias coisas. Com as coisas da justiça, com o estado do país e com a dura realidade que somos. Medito sobre as causas dos males e não as descubro. Ou talvez esteja inclinado a pensar que somos um povo mau. Ou talvez que a culpa seja mesmo dos políticos. Irrita-me pensar que vivemos num país onde as carreiras acontecem por acaso: onde se premeia mais o carreirismo do que o mérito. O resultado é tenebroso: temos uma classe política que não sabe - nem nunca soube - nada da vida e que, por isso, não pode saber nada de nós, nem do país, nem de nada. Sabe apenas das suas carreiras confortáveis.

Mudar isto não é fácil, como bem sabes. Eu tenho tentado. Tal como tu, eu também sou dos que pensam que podemos mudar o mundo. Não tem resultado muito. Mas ainda não desisti. Ainda que, ao contrário de ti, eu já tenha idade para ter juízo.

Resta-me a certeza de uma coisa: mesmo que eu não consiga mudar o que quer que seja no mundo, estou razoavelmente certo de que pelo menos eu não mudarei. Ainda que ficar assim possa constituir uma fonte permanente de angústia, ela sempre será menor do que a cedência áquilo em que não acredito. E enquanto assim for, tudo estará bem. Eu eu poderei continuar a sorrir - com um sorriso franco. E poderei continuar a olhar as pessoas com um olhar que não vacila...

Mas a que propósito vem isto tudo? Não deveria estar a trabalhar? Pois devia. Mas deu-me para isto. E, olhando para o relógio, acho que também já não vale a pena recomeçar. Está na hora de juntar o que resta do meu "presépio" e esperar que o fim de semana corra bem. Como espero que o teu também corra. E ver-nos-emos por aí. Ainda que seja apenas via sms. Beijinhos. C.R.

(o primo é Coutinho Ribeiro. Meu amigo. O que muito me orgulha)

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