Não era meu «avô» no sentido estrito do termo. Mas foi dele que ouvi histórias sobre o assalto ao Santa Maria - vivido na primeira pessoa - e como era dura a vida na pesca do bacalhau. Conhecia o Gil Eanes, quando era um barco-hospital a funcionar em pleno, e percorreu os cinco continentes e os sete mares.
Abriu-me os braços quando me conheceu. Foi o sorriso largo que me conquistou - e o «ó filha, como estás?». Foi pelo melhor, bem sei. Ninguém merece ficar agarrado à vida, quando a vida já não dá retorno. Esperava passar o almoço de Natal com o avô Armando. Sei que o passou melhor do que à mesa connosco.