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Sunday, June 04, 2006

Só para saber

Senhora ministra da Educação,
quero que saiba que estou do seu lado. Por favor, não se demita. Em si está a esperança de dar uma volta no sistema de ensino português. E assino por baixo quando diz que os professores são culpados pelo insucesso escolar, quando escolhem os horários que lhes convém, e atribuem aos professores menos experientes as turmas mais difíceis. E quando não se esforçam de forma proporcional ao salário que recebem para ensinar. Quando abastardam os programas, entornam pedagogia em tudo, numa fuga ao que é mais importante. É evidente que há excepções: são essas mesmas que confirmam a regra e foram essas (quase sempre) que me calharam , por pura sorte, até ao 12º ano. Talvez não tenha sido o acaso que me atribuiu excelentes docentes em escolas públicas. Talvez tenha sido o facto de estar sempre incluída em boas turmas...

E já agora, porquê maus professores? Porque é que os maus não são despedidos como qualquer trabalhador de uma empresa privada? Porquê premiar a mediocridade? Porquê elogiar a inércia? Porquê não fazer nada e gastar os meus impostos com isso?

Senhora ministra, em si deposito a esperança de também os meus filhos poderem frequentar uma escola pública. Há muito tinha pensado que tal seria impossível. Acalentei esperanças com David Justino. O mesmo não se poderia dizer da falta de firmeza do seu Governo. Não duvidei da garra de Maria do Carmo Seabra. Mas consigo antevejo uma batalha que me parece estar pronta para abraçar. Não duvide que ao seu lado tem milhares de portugueses. Com menos publicidade do que as centenas que esbracejam ao lado de sindicatos que tudo enjeitam, tudo contestam, nada aprovam. É o papel dos sindicatos. Defender os interesses coorporativos em detrimento do interesse do país.

Saturday, June 03, 2006

Às moscas

Ontem, estive na Feira do Livro, na apresentação de um... livro, claro.

Estive na apresentação de 30 Mulheres +, porque tenho 1/30 de participação no livro.

Até aí tudo bem, eu gostei de escrever, os senhores da editora gostaram do que eu escrevi, e como a minha biografada é do Porto, participei no lançamento da Invicta.

Não me engasguei, portanto não correu mal. A biografada - Beatriz Pacheco Pereira - deu um show de bola sobre as mulheres e o Porto periférico.

Mas nem tudo correu bem: o provincianismo portuense esteve na auge, quando os senhores da feira disseram à editora que não iriam desligar as colunas de som que debitavam música e não ligariam os microfones para que nos conseguissem ouvir.

Fomos para um mini auditório improvisado, onde as pessoas - que estivessem interessadas - podiam ouvir o que tínhamos para dizer.

De armas e bagagens, retiramos os livros do Café Literário e fomos para outro lado.

Um disparate pegado se pensarmos que a justificação para nos silenciar - com as colunas de som e sem microfone só a vizinha do lado conseguiria ouvir - é obtusa. Os editores que estão na feira não querem propaganda a outro livro... Um livro que nem sequer está à venda na feira, já que é de uma editora ainda em crescimento.

Mas pior que o provincionamismo da justificação, é a falta de flexibilidade típica do Porto. É rígido e hierarquico. Aquela era a decisão, igual para todos, e não é sequer passível de ser discutida. Mais: quando tiveram muito gosto em acolher a apresentação não avisaram a editora da falta de condições.

Para a próxima, rumo à FNAC. Onde as pessoas são bem tratadas.

Continuem a queixar-se que as feiras (Porto e Lisboa) estão às moscas.

O maior empregador...

... do Mundo.

Sabem quem é?

...

Não?

...

Não, não fica nos EUA

...

Frio

...

Gelado

...

Ok, eu ajudo

É o Mi...

Não é a Microsoft, não

...

É o MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Spooky, right?