Só para saber
Senhora ministra da Educação,
quero que saiba que estou do seu lado. Por favor, não se demita. Em si está a esperança de dar uma volta no sistema de ensino português. E assino por baixo quando diz que os professores são culpados pelo insucesso escolar, quando escolhem os horários que lhes convém, e atribuem aos professores menos experientes as turmas mais difíceis. E quando não se esforçam de forma proporcional ao salário que recebem para ensinar. Quando abastardam os programas, entornam pedagogia em tudo, numa fuga ao que é mais importante. É evidente que há excepções: são essas mesmas que confirmam a regra e foram essas (quase sempre) que me calharam , por pura sorte, até ao 12º ano. Talvez não tenha sido o acaso que me atribuiu excelentes docentes em escolas públicas. Talvez tenha sido o facto de estar sempre incluída em boas turmas...
E já agora, porquê maus professores? Porque é que os maus não são despedidos como qualquer trabalhador de uma empresa privada? Porquê premiar a mediocridade? Porquê elogiar a inércia? Porquê não fazer nada e gastar os meus impostos com isso?
Senhora ministra, em si deposito a esperança de também os meus filhos poderem frequentar uma escola pública. Há muito tinha pensado que tal seria impossível. Acalentei esperanças com David Justino. O mesmo não se poderia dizer da falta de firmeza do seu Governo. Não duvidei da garra de Maria do Carmo Seabra. Mas consigo antevejo uma batalha que me parece estar pronta para abraçar. Não duvide que ao seu lado tem milhares de portugueses. Com menos publicidade do que as centenas que esbracejam ao lado de sindicatos que tudo enjeitam, tudo contestam, nada aprovam. É o papel dos sindicatos. Defender os interesses coorporativos em detrimento do interesse do país.