O outro lado da cama
"El Outro Lado de la Cama", de Emilio Martinez Lazaro, esteve no Fantasporto, venceu o prémio do público, e felizmente chegou esta quinta-feira ao circuito comercial.
O tema infidelidade é abordado com descaramento, mas de forma subtil. É que não é bem infidelidade é... qualquer coisa que tem a ver com estar apaixonado ou dividido, manter uma relação com confiança ou à maneira mais antiga que potencia a imagem do verdadeiro macho latino.
Está lá tudo o que tem uma relação. Está lá tudo o que nos pode trazer felicidade. Está lá tudo o que nos pode deixar sem dormir. Está lá tudo o que nos faz... «trepar pelas paredes». Acreditem que é uma das melhores psicoterapias para casais deprimidos num país à beia-mar plantado. E depois há «gags» hilariantes sobre sexo, sobre traição, sobre detectives, sobre a amizade, sobre a homossexualidade. Sobre os novos tempos e sobre os velhos tempos.
Com música, dança, coro, choro e riso pelo meio. «O Outro Lado da Cama» é aquele onde eu e tu estamos ou já estivemos. As dúvidas, as incertezas, as mentiras, as meias-verdades, as relações com fim, as relações que parecem não ter fim.
De forma crua, mas nunca desesperançada, Emilio Martinez Lazaro termina o filme de facadas no matrimónio como se fossemos todos uma grande família. Afinal, pecadilhos todos cometemos e quando o casal atraiçoado atraiçoa também, então «amor com amor se paga» e tudo termina bem.
O cinema comercial espanhol está em grande. E nós por cá podíamos aprender a fazer parecido.
(com a colaboração de Nuno F. Santos)



O Mundo a Seus Pés foi considerado por muitos como o melhor filme da história do cinema. Uma aposta quase cega da RKO em Orson Welles que, depois da emissão radiofónica de "A Guerra dos Mundos", que apavorou os Estados Unidos, foi considerado o novo génio do país com direito a contrato para realizar a sua primeira longa-metragem. Com a ajuda de Mankiewicz, argumentista de "O Feiticeiro de OZ", Welles conta a história do magnata e jornalista Charles Foster Kane e o argumento rapidamente se torna polémico devido à semelhança entre Kane e o magnata da imprensa William Randolph Hearst, dono da grande maioria dos jornais e revistas da época.



